Isabella Swan
Meus pais ainda não tinham se dignado a falar comigo sobre o que pretendiam fazer. Tinha sido complicado nos primeiros momentos, convencer a mim mesmo de que eu precisava daquilo e que aquela atitude extrema era o indicativo de que eles tinham chegado ao limite. Queria que houvesse algum jeito de livra-los daquilo, como eu queria sair dessa situação, nem que eu precisasse fingir para deixa-los melhor. Assim meus últimos três dias vinham se desenhando, eu fingia da melhor forma possível e doía, doía como se alguém puxasse meu coração várias e várias vezes, meus batimentos não desaceleravam em momento algum, sentia meu corpo fraco, mas mantinha meu disfarce.
—Oi. —Eu nem tinha ouvido a porta ser aberta. Contei até três antes de fazer um esforço para colocar um sorriso no meu rosto, possivelmente devia está mais próximo a uma careta.
—Olá. —Minha voz saiu rouca, era como se algo na minha garganta, algo que não a fechava completamente, mas me deixava respirando com dificuldade e fazia que antes que eu falasse eu me perguntasse se era realmente necessário e se valia a pena sentir aquela dor. Não era algo físico. Eu já tinha reclamado com o médico e foi feito todo tipo de exame, então o diagnostico era psicológico, minha mente estava travando partes do meu corpo. Vez ou outra ficava inflamada por causa da minha baixa imunização, mas isso não era responsável por aquela sensação que nunca passava. —Como você está? —Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas fiz o maior esforço para não chorar. Eu realmente me importava em como ele estava, porém em contra partida tinha o momento que mesmo me importando eu não queria a resposta verdadeira, eu queria que ele mentisse pra mim, mentisse para que eu não me sentisse ainda pior.
—Pare com isso Isabella. —Me encolhi quando a voz dele chegou a mim muitos tons mais altos do que eu esperava. Ele passou a mão pelo cabelo com os olhos piscando cheios de lágrimas. —Eu amo você. —Ele se aproximou de mim e segurou meu rosto entre as mãos. —E não aquento mais ver você se esforçando e se machucando só pra deixar os outros melhores. Sinta essa dor e aprenda a viver com ela e se esforce para se curar. —Sem minha autorização as lágrimas abandonaram meus olhos fluindo molhando minha bochecha.
Ele não entendia que eu sentia, essa dor nunca deixava de existir, nem por um segundo, ela não amenizava só se tornava pior. Eu nunca ia me curar. Mesmo nos meus melhores momentos ela estava ali presente, comprimindo meu coração, tirando meu ar e fazendo eu me questionar se valia a pena viver aquele tormento quando seria bem mais fácil apenas... Me recusei a pensar sobre aquilo, eu tinha prometido ao Edward que eu não tentara suicídio e que eu apenas tomei os remédios porque queria dormir, só que toda vez que eu pensava o quanto seria fácil eu simplesmente me questionava se eu tinha sido sincera com ele.
—Isabella. —A voz dele voltou a tom morno de sempre e entrou nos meus ouvidos de forma macia. —Baby respira. —Só então a confusão dos som dos equipamentos apitando fizeram sentindo e me trouxeram de volta a realidade. Meu corpo fazia esforço para ter ar, mas não importasse quanto esforço ele fizesse nada passava o bolo na garganta tinha aumentado muito e eu não conseguia ter ar suficiente. A visão do Edward foi substituída por uma mulher loira, minha visão estava escura e era cansativo manter meus olhos abertos então eu apenas o deixei fechar.
[...]
Pisquei tentando me acostumar com a forte luz do hospital, eu lembrava com uma clarressa absurda de tudo até de coisas que eu queria esquecer.
—Oi meu amor. —Minha mãe levantou do sofá no canto do quarto, lugar onde ela parecia esperar enquanto lia um livro.
—Oi. —Senti minha garganta seca e arranhando. —Água. —Pedi.
—Claro. —Ele pegou um copo que estava ali por perto e aproximou o canudo da minha boca.
A água desceu provocando uma ardência, afastei o canudo da boca sabendo que eu podia beber toda a água do mundo e ainda sentiria aquele ressecamento.
—Quanto tempo eu fiquei apagada? —Precisava saber.
—Algumas horas.
—Cadê o Edward? —Tentei mover a dor provocada por cada vez que eu falava para um lugar no fundo da minha mente. Não entendi porque o rosto dela se transformou em uma careta quando eu falei o nome dele.
—Pedi ele para ir para casa.
—Por quê?
—Você estava bem Isabella e ele tinha que falar alguma coisa pra deixar você mal de novo. —Ela estava culpando ele por ver o obvio.
—Ele não fez nada eu que....
—Chega eu não quero ouvir você defendendo ele ou essa relação toxica que o casamento de vocês se transformou. —Limite faz as pessoas mostrarem uma face até então desconhecida. Eu podia dizer isso por minha própria experiência ou talvez só por aquilo que eu estava vendo, minha mãe nunca foi intolerante sempre procurou ouvir e escutar os dois lados, mas ali estava ela.
—Amanhã mesmo você vai ser transferida para uma clinica. —Encarei ela sem saber o que dizer, na sabia se o Edward tinha contado a eles que eu não queria ser internada.
—Eu quero ficar em casa. —Não consegui encara ela, mantive meus olhos nas minhas mãos, eu sabia o quanto estava pedindo.
—Não, não posso mais fazer isso. —As lágrimas voltaram aos meus olhos e eu chorei. —Não vou ficar só olhando você fazer, se destruindo, se acabando e eu não posso mais ficar só olhando.
—Mamãe...
—Não Isabella não tem mamãe e nada do que você possa me dizer vai mudar isso.
—E se eu não quiser ir. —Estava sendo tratada como uma criança. —Vocês não podem me obrigar.
—Claro que podemos, você é nossa responsabilidade e a parti do momento em que você começa a mostrar que não pode tomar conta de si mesma nos assumimos.
—Não eu não sou mais responsabilidade de vocês. Eu sou casada. —Lembrei-a.
—Se ele quiser que isso seja do jeito difícil é com ele mesmo. —Claro que ela estava segura, ela era casada com Charlie Swan, meu pai engoliria qualquer advogado que ousasse atravessar seu caminho.
Abaixei a cabeça e não disse nada, ela estava sendo irracional e qualquer coisa que eu dissesse naquele momento ela não iria escutar.
[...]
Era estranho tocar a campainha dá minha própria casa, mas naquela situação não tinha muito o que ser feito. Meu coração bati a todo vapor e mesmo ofegante eu me sentia bem. Uma menina travessa que sabia que tinha feito algo errado e não ligava nem um pouco sobre as consequências.
A voz dele atendeu o interfone depois da sexta vez que eu toquei, e eu já estava quase desistindo. Eu não tinha pensado muito antes de fazer e era possível que ele não tivesse ali, ele podia ter ido para o trabalho (mesmo estando escuro) ou para casa dos pais, as opções era limitadas, porém ainda em alto numero.
—Edward sou eu.
—Isabella. —A voz dele demonstrava todo o nervosismo com aquela situação, mas ele destrancou o portão permitindo minha entrada.
Passei correndo pelo portão, nem me importando de fechar, e continuei correndo. Eu sentia meu coração batia rápido e eu quase chegava a sorri apreciando aquela sensação prazerosa de quase exaustão.
Ele me esperava na porta, seu rosto tinha uma expressão preocupada, mas não me importei quando que ele não estava preocupado? Foquei minha atenção nele que parecia que tinha acabado de sair do banho, os cabelos ainda úmido a aparência limpa. Me joguei sobre ele abraçando-o, seu corpo estava quente e acolhedor de uma forma que eu não esperava, ele apertou os braços em torno de mim me confortando. Inspirei o delicioso aroma dele, que só me deixava ainda mais segura que ele tinha acabado de sair do banho.
—O que você está fazendo aqui vestida assim?
—Eu fugi do hospital. —Minha voz estava alegre, o tipo de voz que você confessa que fez algo errado, mas que não se arrepende nem um pouco do que fez. —Se eu pedisse minha mãe para me trazer aqui ela não traria então eu fugi.
Ele não achou graça e me afastou dele para me encarar.
—Você está vestindo só a roupa do hospital? —Não pareceu uma pergunta.
—Eu não achei nada além da minha calcinha e não tinha tempo de ficar procurando se minha mãe voltasse ao quarto eu não conseguiria sair. —A boca dele abriu em um perfeito O.
—Você precisa voltar ao hospital.
—Não. —Foi a minha vez de ganhar distancia dele. —Não me obrigue a voltar pra lá, pelo menos não hoje.
Passei por ele e entrei na minha casa, as coisas continuavam na mesma forma que eu me lembrava. Cada detalhe exatamente igual. A sala estava pouco iluminada o que me obrigou a caminhar até o interruptor e acender as luzes para poder observar melhor o ambiente.
Não deixei que as lembranças ruins viesse, apenas bloqueie aquele aspecto pensando nos bons momentos que eu tinha vivido ali com o meu marido. O começo do nosso casamento o momento em que entramos ali pela primeira vez ainda quando estávamos apenas olhando imóveis para comprar, quando aquele lugar ainda não era nosso, mas tínhamos certeza de que era o lugar certo.
—Amor. —Encarei ele e não me importei de esconder as lágrimas, eram lágrimas felizes de toda forma.
—Você precisa voltar ao hospital. —Ri negando com um movimento da cabeça.
—Lembra quando nos mudamos e fizemos sexo em cada cantinho dessa casa? —Perguntei rindo.
—Claro que lembro. —Ele se aproximou pegando minha mão. —Como você chegou aqui?
—Eu vim andando. —Não tinha dinheiro para um taxi e não fazia ideia de onde estava meu celular para pedir um uber.
—Você veio andando do hospital até aqui? —Ele mais uma vez estava gritando.
—Vim, foi mais rápido do que eu esperava. —Os olhos dele desceram pelo meu corpo.
—Você veio andando, vestida assim e descalça. —Meus pés estavam um pouco sujos e doíam em alguns pontos.
—Por favor, não surte. —Pedi. —Eu sei que foi completamente loucura fugir do hospital e sair vestindo assim e descalça, mas amanhã eu vou ser internada em uma clinica que eu tenho certeza de que eu nunca mais vou sair, porque eu não vou ficar bem, essa dor nunca vai passar. —Confessei. Não me importei com nada, as lágrimas já eram rotina, já faziam até parte do meu rosto. —E eu queria passar minha última noite aqui com você fingindo que nada disso aconteceu e que estamos bem do jeito que era porque quando eu tiver lá sozinha e as coisas ficarem muito ruins e a essa memória que eu vou querer me apegar, ao dia em que eu simplesmente fugi do hospital vestindo uma camisola e descalça e que eu andei isso tudo e cheguei aqui pra ficar com você, o dia em que eu me esforcei para esquecer tudo pra ter algo bom desse período para me lembrar, porque as outras memórias elas parecem tão ilusórias, como se tivéssemos vivido aquilo em uma outra vida.
—Isabella... —Coloquei os dedos nos lábios dele.
—Por favor, só por hoje eu estou te implorando. Amanhã eu vou para aquela clinica e vou deixar de ser um peso para vocês, mas por hoje, só hoje finja comigo. —Pedi. Eu estava sendo irracional e podia listar tudo de errado que eu tinha feito hoje, mas não conseguia me arrepender.
—Você não é um peso e ninguém vai esquecer você naquela clinica.
Revirei os olhos, não é que eu não acreditasse nas palavras dele só que naquele momento eu não queria ouvir nada daquilo.
—Edward? —Pedi, eu não precisava completar a pergunta para que ele entendesse o que eu queria saber, ele ia ou não fazer o que eu estava pedindo.
No momento em que ele ia me responder o telefone dele tocou. Sobre meu olhar ele pegou o aparelho do bolso:
—É seu pai.
—Por favor. —Tornei a pedir. Sabia que se ele me dedurasse daqui a pouco estariam todos ali e eu não duvidava nem um pouco de que me internasse de madrugada mesmo.
Ele atendeu e cumprimentou friamente meu pai, ele escutou por alguns segundos e respondeu “Posso garantir que ela está bem.” Não contive meu sorriso e continuei atenta “ela vai passar essa noite comigo amanhã bem cedo eu levo ela até a sua casa.” Mesmo estando distante eu conseguia ouvir os gritos do meu pai do outro lado da linha, mas não o suficiente para entender o que ele falava. “tenha uma boa noite Charlie prometo que eu vou cuidar bem dela.” Ele não esperou a resposta e desligou o telefone na cara do meu pai.
—Eu acho que hoje eu posso ser inconsequente. —Ele disse jogando o telefone no chão e me puxando para os braços dele e uniu os lábios aos meus me beijando de uma forma bem sugestiva. Naquela noite eu ia me permitir deixando todas as minhas preocupações e medo para o dia seguinte.
[Cont...]
Meus pais ainda não tinham se dignado a falar comigo sobre o que pretendiam fazer. Tinha sido complicado nos primeiros momentos, convencer a mim mesmo de que eu precisava daquilo e que aquela atitude extrema era o indicativo de que eles tinham chegado ao limite. Queria que houvesse algum jeito de livra-los daquilo, como eu queria sair dessa situação, nem que eu precisasse fingir para deixa-los melhor. Assim meus últimos três dias vinham se desenhando, eu fingia da melhor forma possível e doía, doía como se alguém puxasse meu coração várias e várias vezes, meus batimentos não desaceleravam em momento algum, sentia meu corpo fraco, mas mantinha meu disfarce.
—Oi. —Eu nem tinha ouvido a porta ser aberta. Contei até três antes de fazer um esforço para colocar um sorriso no meu rosto, possivelmente devia está mais próximo a uma careta.
—Olá. —Minha voz saiu rouca, era como se algo na minha garganta, algo que não a fechava completamente, mas me deixava respirando com dificuldade e fazia que antes que eu falasse eu me perguntasse se era realmente necessário e se valia a pena sentir aquela dor. Não era algo físico. Eu já tinha reclamado com o médico e foi feito todo tipo de exame, então o diagnostico era psicológico, minha mente estava travando partes do meu corpo. Vez ou outra ficava inflamada por causa da minha baixa imunização, mas isso não era responsável por aquela sensação que nunca passava. —Como você está? —Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas fiz o maior esforço para não chorar. Eu realmente me importava em como ele estava, porém em contra partida tinha o momento que mesmo me importando eu não queria a resposta verdadeira, eu queria que ele mentisse pra mim, mentisse para que eu não me sentisse ainda pior.
—Pare com isso Isabella. —Me encolhi quando a voz dele chegou a mim muitos tons mais altos do que eu esperava. Ele passou a mão pelo cabelo com os olhos piscando cheios de lágrimas. —Eu amo você. —Ele se aproximou de mim e segurou meu rosto entre as mãos. —E não aquento mais ver você se esforçando e se machucando só pra deixar os outros melhores. Sinta essa dor e aprenda a viver com ela e se esforce para se curar. —Sem minha autorização as lágrimas abandonaram meus olhos fluindo molhando minha bochecha.
Ele não entendia que eu sentia, essa dor nunca deixava de existir, nem por um segundo, ela não amenizava só se tornava pior. Eu nunca ia me curar. Mesmo nos meus melhores momentos ela estava ali presente, comprimindo meu coração, tirando meu ar e fazendo eu me questionar se valia a pena viver aquele tormento quando seria bem mais fácil apenas... Me recusei a pensar sobre aquilo, eu tinha prometido ao Edward que eu não tentara suicídio e que eu apenas tomei os remédios porque queria dormir, só que toda vez que eu pensava o quanto seria fácil eu simplesmente me questionava se eu tinha sido sincera com ele.
—Isabella. —A voz dele voltou a tom morno de sempre e entrou nos meus ouvidos de forma macia. —Baby respira. —Só então a confusão dos som dos equipamentos apitando fizeram sentindo e me trouxeram de volta a realidade. Meu corpo fazia esforço para ter ar, mas não importasse quanto esforço ele fizesse nada passava o bolo na garganta tinha aumentado muito e eu não conseguia ter ar suficiente. A visão do Edward foi substituída por uma mulher loira, minha visão estava escura e era cansativo manter meus olhos abertos então eu apenas o deixei fechar.
[...]
Pisquei tentando me acostumar com a forte luz do hospital, eu lembrava com uma clarressa absurda de tudo até de coisas que eu queria esquecer.
—Oi meu amor. —Minha mãe levantou do sofá no canto do quarto, lugar onde ela parecia esperar enquanto lia um livro.
—Oi. —Senti minha garganta seca e arranhando. —Água. —Pedi.
—Claro. —Ele pegou um copo que estava ali por perto e aproximou o canudo da minha boca.
A água desceu provocando uma ardência, afastei o canudo da boca sabendo que eu podia beber toda a água do mundo e ainda sentiria aquele ressecamento.
—Quanto tempo eu fiquei apagada? —Precisava saber.
—Algumas horas.
—Cadê o Edward? —Tentei mover a dor provocada por cada vez que eu falava para um lugar no fundo da minha mente. Não entendi porque o rosto dela se transformou em uma careta quando eu falei o nome dele.
—Pedi ele para ir para casa.
—Por quê?
—Você estava bem Isabella e ele tinha que falar alguma coisa pra deixar você mal de novo. —Ela estava culpando ele por ver o obvio.
—Ele não fez nada eu que....
—Chega eu não quero ouvir você defendendo ele ou essa relação toxica que o casamento de vocês se transformou. —Limite faz as pessoas mostrarem uma face até então desconhecida. Eu podia dizer isso por minha própria experiência ou talvez só por aquilo que eu estava vendo, minha mãe nunca foi intolerante sempre procurou ouvir e escutar os dois lados, mas ali estava ela.
—Amanhã mesmo você vai ser transferida para uma clinica. —Encarei ela sem saber o que dizer, na sabia se o Edward tinha contado a eles que eu não queria ser internada.
—Eu quero ficar em casa. —Não consegui encara ela, mantive meus olhos nas minhas mãos, eu sabia o quanto estava pedindo.
—Não, não posso mais fazer isso. —As lágrimas voltaram aos meus olhos e eu chorei. —Não vou ficar só olhando você fazer, se destruindo, se acabando e eu não posso mais ficar só olhando.
—Mamãe...
—Não Isabella não tem mamãe e nada do que você possa me dizer vai mudar isso.
—E se eu não quiser ir. —Estava sendo tratada como uma criança. —Vocês não podem me obrigar.
—Claro que podemos, você é nossa responsabilidade e a parti do momento em que você começa a mostrar que não pode tomar conta de si mesma nos assumimos.
—Não eu não sou mais responsabilidade de vocês. Eu sou casada. —Lembrei-a.
—Se ele quiser que isso seja do jeito difícil é com ele mesmo. —Claro que ela estava segura, ela era casada com Charlie Swan, meu pai engoliria qualquer advogado que ousasse atravessar seu caminho.
Abaixei a cabeça e não disse nada, ela estava sendo irracional e qualquer coisa que eu dissesse naquele momento ela não iria escutar.
[...]
Era estranho tocar a campainha dá minha própria casa, mas naquela situação não tinha muito o que ser feito. Meu coração bati a todo vapor e mesmo ofegante eu me sentia bem. Uma menina travessa que sabia que tinha feito algo errado e não ligava nem um pouco sobre as consequências.
A voz dele atendeu o interfone depois da sexta vez que eu toquei, e eu já estava quase desistindo. Eu não tinha pensado muito antes de fazer e era possível que ele não tivesse ali, ele podia ter ido para o trabalho (mesmo estando escuro) ou para casa dos pais, as opções era limitadas, porém ainda em alto numero.
—Edward sou eu.
—Isabella. —A voz dele demonstrava todo o nervosismo com aquela situação, mas ele destrancou o portão permitindo minha entrada.
Passei correndo pelo portão, nem me importando de fechar, e continuei correndo. Eu sentia meu coração batia rápido e eu quase chegava a sorri apreciando aquela sensação prazerosa de quase exaustão.
Ele me esperava na porta, seu rosto tinha uma expressão preocupada, mas não me importei quando que ele não estava preocupado? Foquei minha atenção nele que parecia que tinha acabado de sair do banho, os cabelos ainda úmido a aparência limpa. Me joguei sobre ele abraçando-o, seu corpo estava quente e acolhedor de uma forma que eu não esperava, ele apertou os braços em torno de mim me confortando. Inspirei o delicioso aroma dele, que só me deixava ainda mais segura que ele tinha acabado de sair do banho.
—O que você está fazendo aqui vestida assim?
—Eu fugi do hospital. —Minha voz estava alegre, o tipo de voz que você confessa que fez algo errado, mas que não se arrepende nem um pouco do que fez. —Se eu pedisse minha mãe para me trazer aqui ela não traria então eu fugi.
Ele não achou graça e me afastou dele para me encarar.
—Você está vestindo só a roupa do hospital? —Não pareceu uma pergunta.
—Eu não achei nada além da minha calcinha e não tinha tempo de ficar procurando se minha mãe voltasse ao quarto eu não conseguiria sair. —A boca dele abriu em um perfeito O.
—Você precisa voltar ao hospital.
—Não. —Foi a minha vez de ganhar distancia dele. —Não me obrigue a voltar pra lá, pelo menos não hoje.
Passei por ele e entrei na minha casa, as coisas continuavam na mesma forma que eu me lembrava. Cada detalhe exatamente igual. A sala estava pouco iluminada o que me obrigou a caminhar até o interruptor e acender as luzes para poder observar melhor o ambiente.
Não deixei que as lembranças ruins viesse, apenas bloqueie aquele aspecto pensando nos bons momentos que eu tinha vivido ali com o meu marido. O começo do nosso casamento o momento em que entramos ali pela primeira vez ainda quando estávamos apenas olhando imóveis para comprar, quando aquele lugar ainda não era nosso, mas tínhamos certeza de que era o lugar certo.
—Amor. —Encarei ele e não me importei de esconder as lágrimas, eram lágrimas felizes de toda forma.
—Você precisa voltar ao hospital. —Ri negando com um movimento da cabeça.
—Lembra quando nos mudamos e fizemos sexo em cada cantinho dessa casa? —Perguntei rindo.
—Claro que lembro. —Ele se aproximou pegando minha mão. —Como você chegou aqui?
—Eu vim andando. —Não tinha dinheiro para um taxi e não fazia ideia de onde estava meu celular para pedir um uber.
—Você veio andando do hospital até aqui? —Ele mais uma vez estava gritando.
—Vim, foi mais rápido do que eu esperava. —Os olhos dele desceram pelo meu corpo.
—Você veio andando, vestida assim e descalça. —Meus pés estavam um pouco sujos e doíam em alguns pontos.
—Por favor, não surte. —Pedi. —Eu sei que foi completamente loucura fugir do hospital e sair vestindo assim e descalça, mas amanhã eu vou ser internada em uma clinica que eu tenho certeza de que eu nunca mais vou sair, porque eu não vou ficar bem, essa dor nunca vai passar. —Confessei. Não me importei com nada, as lágrimas já eram rotina, já faziam até parte do meu rosto. —E eu queria passar minha última noite aqui com você fingindo que nada disso aconteceu e que estamos bem do jeito que era porque quando eu tiver lá sozinha e as coisas ficarem muito ruins e a essa memória que eu vou querer me apegar, ao dia em que eu simplesmente fugi do hospital vestindo uma camisola e descalça e que eu andei isso tudo e cheguei aqui pra ficar com você, o dia em que eu me esforcei para esquecer tudo pra ter algo bom desse período para me lembrar, porque as outras memórias elas parecem tão ilusórias, como se tivéssemos vivido aquilo em uma outra vida.
—Isabella... —Coloquei os dedos nos lábios dele.
—Por favor, só por hoje eu estou te implorando. Amanhã eu vou para aquela clinica e vou deixar de ser um peso para vocês, mas por hoje, só hoje finja comigo. —Pedi. Eu estava sendo irracional e podia listar tudo de errado que eu tinha feito hoje, mas não conseguia me arrepender.
—Você não é um peso e ninguém vai esquecer você naquela clinica.
Revirei os olhos, não é que eu não acreditasse nas palavras dele só que naquele momento eu não queria ouvir nada daquilo.
—Edward? —Pedi, eu não precisava completar a pergunta para que ele entendesse o que eu queria saber, ele ia ou não fazer o que eu estava pedindo.
No momento em que ele ia me responder o telefone dele tocou. Sobre meu olhar ele pegou o aparelho do bolso:
—É seu pai.
—Por favor. —Tornei a pedir. Sabia que se ele me dedurasse daqui a pouco estariam todos ali e eu não duvidava nem um pouco de que me internasse de madrugada mesmo.
Ele atendeu e cumprimentou friamente meu pai, ele escutou por alguns segundos e respondeu “Posso garantir que ela está bem.” Não contive meu sorriso e continuei atenta “ela vai passar essa noite comigo amanhã bem cedo eu levo ela até a sua casa.” Mesmo estando distante eu conseguia ouvir os gritos do meu pai do outro lado da linha, mas não o suficiente para entender o que ele falava. “tenha uma boa noite Charlie prometo que eu vou cuidar bem dela.” Ele não esperou a resposta e desligou o telefone na cara do meu pai.
—Eu acho que hoje eu posso ser inconsequente. —Ele disse jogando o telefone no chão e me puxando para os braços dele e uniu os lábios aos meus me beijando de uma forma bem sugestiva. Naquela noite eu ia me permitir deixando todas as minhas preocupações e medo para o dia seguinte.
[Cont...]
Notas Finais/Avisos
Sei que alguns vão achar romântico, bonitinho e tudo mais só que isso não é saudável. Já disse que amo esse casal, mas eles vão ter um caminho muito extenso ainda, mas podem esperar uma melhora.
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♥ É ai? Muita coisa pra pensar né... Espero que dê pra preencher algumas lacunas, mas ainda tem muito pra vir.
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05/03
Essa história nos leva a lugares muito perigosos.
ResponderExcluirParabéns! Amei o capítulo...
ResponderExcluirComo assim? Que louuuuuca
ResponderExcluirMeu Deus que história é essa?
ResponderExcluirVai virar livro?
ResponderExcluirAmei.
ResponderExcluirComo assim livro?
ResponderExcluirAmei que vai virar livro super quero na minha estante.
ResponderExcluir